26 maio 2006

Sobre não ser comum




De sins e nãos a vida é feita, pouco importa como sejam ditos.
E deles, nascem os limites e os infinitos. E é isso o que a faz perfeita.

Podia simplesmente olhar nos teus olhos (lindos por sinal)
E dizer: - “Estou Apaixonado”.

E assim tornaria comum e raso,
o sentimento que se agiganta dentro de mim.

Pensar assim, traria conseqüências comuns,
Que a maioria dos humanos já conhece.

Eu quero mais.
Quero a Vida que borbulha nas entrelinhas.
O êxtase e o delírio, sublimando os sentidos.

Há os que transam, comem pizza e assistem filmes.

Eu quero ouvir os sons, sentir os cheiros e as texturas,
De outro corpo, já que os temos. Sem barreiras.

Deixar pra lá o coito automático,
Porque só serve para procriar.

Há uma música que exala da pele que encontra outra pele
Há uma dança das mãos e pés,
Bocas e braços que se procuram,
Corpos inteiros que se exploram.

Longe da estética comum que só valoriza o exterior,
Tocar o outro, como quem desarma uma bomba.
Meticuloso, delicado, observador,
Esperando a explosão a qualquer momento.

Eu quero olho no olho, enquanto tudo em volta transcende.

E partilhar dia-a-dia, as coisas triviais,
Cama, mesa, cozinha. As habituais correrias.
Viver um pacto, que abrace a experiência toda.
O trivial encanta, quando o transcendente o toma.
As carícias, os conflitos são o passo e o contra-passo. A Dança.

Não sei falar como muitos falam, nem sei pedir.
Para fazê-lo eu danço do meu jeito. E quero um par.

De sins e nãos a vida é feita, pouco importa como sejam ditos.
E deles, nascem os limites e os infinitos.
E é isso o que a faz perfeita.

4 comentários:

Anônimo disse...

Poesia linda cara!
Parabéns :)

Unknown disse...

Lindooo!
Parabéns cara! :}

Anônimo disse...

Ih, ó o cara aí!

Pedro Reis disse...

Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás!!!

jornal web Farol Comunitário

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